"Um gatinho faz com que voltar para casa se torne voltar para o lar. Pam Brown"

Os gatos anunciados para adoção nesse blog, foram resgatados em situações de risco, abandono e sofrimento. Foram cuidados, tratados e serão encaminhados somente para lares onde não terão acesso a rua, casas com quintal fechado ou apartamento telado. Todos serão castrados para que o abandono não se perpetue, pelo menos não em minhas mãos...



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Vômitos em Gatos


Por Patrícia Nuñez Bastos de Souza
Todo proprietário de gatos já se deparou com uma surpresa não muito agradável em alguns lugares também não muito comuns: o vômito. Esta é uma queixa bastante comum especialmente na clínica de felinos. Na maioria das vezes há raros episódios, com intervalos de tempo espaçados, que normalmente não tem muito significado clínico quando não está acompanhado de outros sintomas. Porém, se seu bichano vomita pelo menos uma vez por semana, é necessário levá-lo ao veterinário para um check-up e tentar descobrir qual a causa deste sintoma. Observe qual o conteúdo do vômito e se há algum outro sintoma, como a perda do apetite, emagrecimento, diarréia e prostração.
Estamos falando aqui de ocorrências únicas diárias de vômitos, alternados com grande espaço de tempo sem qualquer alteração (quadro crônico), e não quando seu gato começa a vomitar várias vezes num mesmo dia (quadro agudo), pois neste caso você deverá levá-lo imediatamente ao veterinário, para que ele não desidrate.
Alguns animais logo após se alimentarem expelem o alimento ingerido. Isto é chamado de regurgitação, pois o conteúdo não chegou ao estômago e, normalmente, é eliminado com uma forma cilíndrica (forma do esôfago) e o alimento não está digerido. É comum após a regurgitação o gato ingerir este conteúdo novamente (eca! não se assuste, este é um comportamento normal). No caso do vômito, o animal elimina secreção gástrica, a consistência é mais aquosa e pode haver bile, possui um odor um tanto característico e o que foi ingerido pelo gato se encontra digerido.
A recorrência do vômito em gatos pode ter várias razões, pode não ter significado clínico, ou indicar ingestão excessiva de pêlos, por falta de escovação ou por alteração comportamental (o gato arranca os pêlos compulsivamente), ou, ainda, por problemas como alergia alimentar, gastrite, ingestão muito rápida de alimentos, lipidose hepática, obstrução intestinal e outros. Vamos comentar aqui as causas mais freqüentes.
Pêlos: A formação de bolas de pêlo no estômago é a principal causa de vômito. Os gatos ingerem pêlos ao se lamberem e, algumas vezes, esses pêlos causam no estômago alterações na motilidade e irritação da mucosa gástrica (gastrite). A forma simples de se evitar ou minimizar o problema é a escovação diária, a favor e contra o sentido do pêlo. Gatos de pêlos longos apresentam mais problemas, mas os de pêlo curto padecem do mesmo mal. Além da escovação há alguns produtos que ajudam o felino a expelir as bolas de pêlo.
Alergia alimentar: Mudanças súbitas na dieta como a troca de ração também podem desencadear vômitos. Observe se a ocorrência do problema está ligada a estas causas e converse com o veterinário. Existem rações hipoalergênicas no mercado (para animais sensíveis), que diminuem ou evitam a intolerância alimentar. Às vezes uma simples mudança de ração já resolve o problema.
Corpo estranho: Devido à curiosidade dos gatos, existe a possibilidade de ingestão de objetos que podem obstruir o trato digestivo e ocasionar vômitos. O mais comum é a ingestão de corpos lineares (fios, linhas ou barbantes). Esta é uma condição séria, que requer intervenção cirúrgica, mas que pode se iniciar com vômitos esporádicos. Para o correto diagnóstico são necessários radiografias, ultra-sonografia e um exame clínico apurado.
Existem outras causas de vômitos em gatos, como: parasitismo (vermes), pancreatite, distúrbios hepáticos, infecções, medicamentos, toxinas ou plantas. Se você se depara com vômito esporadicamente, mas o apetite, a atividade e o comportamento de seu animal são normais, não há necessidade de preocupação. Faz parte do nosso convívio com eles (embora não seja a parte mais agradável!), mas, se vem acontecendo com freqüência, não hesite em contatar o veterinário. Esta é a atitude mais correta a ser tomada. Seu bichano agradece!
Dra. Patrícia Nuñez Bastos de Souza, médica veterinária.
patriciaveterinaria@gmail.com
http://www.revistapulodogato.com.br/pulodogato/materia_vomito_em_gatos.php

Acne Felina


Por Vanessa Pimentel de Faria e Débora Cristina G. Pimentel


Lesões são encontradas com mais freqüência na região do queixo e do lábio inferior

A acne é uma doença de pele de gatos que afeta principalmente o queixo dos gatos. A maioria dos proprietários leva seus gatos ao veterinário com a queixa de que o gato está com o “queixo sujo”.
É uma desordem de pele bastante comum no gato, podendo ocorrer em qualquer idade. No entanto, é improvável que ocorra em gatos com menos de um ano de idade (“adolescentes”), pois é uma doença principalmente de animais adultos.
As lesões da acne são encontradas com mais freqüência na região do queixo e do lábio inferior, sendo de mais difícil visualização em gatos que apresentam pelagem escura. Cicatrizes e cistos podem ser observados em casos crônicos e severos.
A lesão típica é um comedão (“pontos pretos”) e, ocasionalmente, espinhas superficiais podem ser observadas. À medida que a lesão progride, o folículo piloso pode ser recoberto com secreções. Caso isto aconteça, o queixo torna-se inchado e inflamado. O gato torna-se sensível e resistente ao toque da área afetada.
Causas e diagnóstico
A causa da acne felina permanece desconhecida. Na realidade, é provável que existam diversas causas, sendo que as mais prováveis incluem:
1. hábito de autolimpeza pouco freqüente.
2. produção ou composição anormal de sebo, que é uma substância oleosa e macia produzida pelas glândulas da pele.
3. obstrução do folículo piloso quando o pêlo não é adequadamente removido.
4. defeitos na produção de queratina, que é uma proteína que mantém a camada de proteção da pele.
Em seres humanos, a acne está relacionada com níveis hormonais e com a presença de bactérias na pele. Uma clara associação entre hormônios, bactérias e desenvolvimento da acne ainda não foi demonstrada em gatos. É possível que exista um fator genético envolvido.
Para se eliminar outras possíveis causas de infecção da pele, diversos testes diagnósticos devem ser realizados. Quando necessários, tais testes geralmente envolvem a remoção de material da superfície da pele, a fim de investigar pequenos parasitas e a realização de cultura bacteriana e/ou fúngica.
Tratamento
O tratamento tópico (em uma determinada área) geralmente é adequado para a maioria dos casos de acne, mas casos severos podem necessitar de terapia sistêmica por via oral.
A tricotomia (retirada dos pêlos) do queixo é o primeiro passo do tratamento, permitindo a limpeza profunda dos folículos cobertos e a aplicação de medicação nas lesões. Uma vez que o queixo de alguns gatos pode estar extremamente sensível, a sedação pode ser necessária.
O tratamento deve ser continuado em casa. Os poros da pele abrem-se com a aplicação de calor na região. Um pano deve ser colocado em água quente e, a seguir, retirado o excesso de água. Em seguida, o pano deve ser colocado no queixo do animal por 2-4 minutos.
A aplicação da medicação tópica deve ser realizada após a remoção do pano. Existem diversos medicamentos disponíveis e a escolha é parcialmente determinada de acordo com a presença ou ausência de infecção. Se a infecção estiver presente, drogas antibióticas e antifúngicas podem ser administradas por via oral.
A Vitamina A por via oral ou tópica tem sido utilizada, mas a resposta varia muito e a medicação pode ser extremamente irritante à pele.
Prognóstico
A acne poderá ser um problema recorrente em muitos gatos. Ao primeiro sinal de recorrência, inicie o uso de compressas mornas e a aplicação da medicação tópica. Se isso não controlar o problema, seu gato necessitará ser reavaliado pelo seu veterinário.
Gato apresentando acne na região do queixo e do lábio inferior.
Fonte: Vanessa Pimentel de Faria
Vanessa Pimentel de Faria
vanessapimente@gmail.com
Débora Cristina G. Pimentel
deboracp@gmail.com
http://www.revistapulodogato.com.br/pulodogato/materia_acne_felina.php

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Como Criar Gatinhos Órfãos


Algumas vezes as pessoas são tão cruéis que são capazes de abandonar filhotes recém nascidos, tão pequenos que os olhos ainda nem se abriram. Sensíveis e totalmente indefesos, eles podem morrer em poucas horas se alguma pessoa bondosa não acolhê-los.
Cuidar de gatinhos recém nascidos é um imenso desafio, porém não é uma tarefa impossível. Antes de mais nada, você deve saber que isso significa dedicação quase que exclusiva e nenhuma garantia de que eles sobrevivam. Mas, se você conseguir, nada que você venha a sentir irá ultrapassar esse sentimento de que o amor pode mesmo tudo.

Siga essas dicas:

# Acomode os filhotes em uma caixa de papelão forrada com um cobertor ou tapete, colocando por cima um lençol ou toalha, que poderão ser trocados diariamente. É importante manter o ninho sempre limpo, como a gata o faria. Coloque os gatinhos sob uma lâmpada ( método mais prático ) ou use uma bolsa de água quente. Uma boa dica é fazer um saquinho de pano e enchê-lo de arroz cru. Esquente no microondas por um minuto e meio e pronto, está aí um ótimo substituto para a bolsa de água quente. Não cubra os filhotes, pois eles podem sufocar.

# Mantenha a temperatura em torno de 38 graus, como se fosse o corpo da mãe. você terá que manter os gatinhos aquecidos até o 20º dia. Nessa fase, eles dormirão quase o tempo todo.

# Gatinhos muito pequenos não controlam a bexiga nem os intestinos. Eles fazem isso somente através de estímulo. Umedeça levemente um pedaço de algodão com água morna e estimule os órgãos genitais do pequenino, imitando as lambidas da mãe. Isso deve ser feito a cada mamada. E insista, porque geralmente nos primeiros dias eles demoram a fazer xixi e cocô quando estimulados por mãos humanas. Se ficarem "entupidos", glicerina liquida pode ajudar.

#Os gatinhos só abrirão os olhos por volta dos sete a dez dias. Se eles parecerem irritados, lave-os com soro fisiológico. Não coloque nenhum colírio sem orientação veterinária. Jamais use colírios com corticóides, pois, se a córnea foi arranhada ou sofreu uma lesão, por menor que seja, o uso do colírio só piorará o problema, podendo levar a uma lesão irreversível ou cegueira.

# Alimentá-los não é tarefa das mais fáceis. As bocas são pequeninas e a maioria das mamadeiras não serve. Não use mamadeiras para bebês. Já existem mamadeiras próprias para alimentar gatinhos e cãezinhos recém nascidos, com bico bem fino.
O leite deve estar morninho. Não incline o corpo do gatinho para cima, mas sim mantenha a cabecinha reta e ligeiramente mais baixa do que o corpo. Se ele engasgar, levante a parte traseira rapidamente e sacuda suavemente o filhote para baixo, para eliminar o leite que entrou pelas vias respiratórias. Assopre o gatinho bem devagar. Nas primeiras duas semanas, eles devem mamar de duas em duas horas, depois espaçando para três em três e daí por diante. O leite de vaca não é bom para os gatinhos. Já existem produtos semelhantes ao leite da mãe nas lojas especializadas. O melhor deles é, sem dúvida, o leite em pó da Royal Canin. No entanto, existem outras marcas nacionais, das quais considero boas a Total ( Max Milk e Líder Milk ) e a Pet Milk. No entanto, se você não encontrá-los, pode seguir uma dessas fórmulas caseiras, usando, sempre que possível, leite integral com baixo teor de lactose:

Suscedâneo 1
- 1 colher sopa de leite em pó suave;
- 100 ml de água;
- uma colher de café rasa de gema de ovo;
- uma colher rasa de creme de leite;
- meia medida de suplemento vitamínico à base de complexo B e cálcio.

Suscedâneo 2
- 1 litro de leite integral
- 1 xícara de leite em pó dissolvido em água de arroz ou arrozina
- 1 colher de mel
- 1 gema de ovo
- 1/2 pacote de gelatina sem sabor
- 1 colher de composto vitamínico (sustagem ou sustacal)
Misturar tudo e bater no liquidificador. Manter na geladeira. Amornar e administrar 4 a 5 vezes ao dia.

Suscedâneo 3
- 1 litro de leite integral
- duas gemas
- duas colheres de sopa de creme de leite ou nata
- 1 colher de açúcar
- 1 pitada de sal
Bater as gemas, acrescentar o leite e colocar para ferver. Quando estiver fervendo, colocar os demais ingredientes. Deixe esfriar e dê ao gatinho.

Suscedâneo 4
- meio litro de leite integral
- 1 colher de sobremesa de maisena
- 1 colher de sobremesa de creme de arroz
- 1 colher de chá de mel
- 1 gema de ovo
Cozinhar tudo, mexendo sempre, em fogo baixo, para não empelotar. Depois de frio, bater bem e coar ( pois o mingau quando esfria faz aquela nata ). Guardar na geladeira e esquentar para cada vez em que for usar em banho maria.

A partir das quatro semanas, você deverá começar a desmamá-los, oferecendo um pouco de ração algumas vezes por dia, substituindo gradualmente o leite.

Treine também os filhotes a usar a caixinha de areia, levando-os até ela depois das refeições. Se você não tiver esse cuidado, os filhotes começarão a usar o pote de ração para isso.

Os maiores perigos para o bebê:

# Falsa via - Acontece quando o leite "entra" errado e vai parar nos pulmões. Geralmente acontece por mamar na posição errada ( de barriga pra cima ), ou por ter a alimentação forçada. Para evitar, mantenha o filhote na posição correta, e use mamadeira apropriada para filhotes. Mamadeiras improvisadas, seringas e conta-gotas podem favorecer a falsa via, quando não se tem experiência.

# Pneumonia - Acontece muito por conta da falsa via. O socorro tem que ser imediato, senão o gatinho morre. Como notar: para de mamar, respira mais forçado, ou com dificuldade. Raio-X detecta o problema na hora. Se medicado a tempo, as chances de salvar o bebê são boas.

# Desidratação - Quando o bebê fica muitas horas sem mamar, ou para de fazê-lo, a desidratação chega rápido. Lembre-se, qualquer problema em um bebê é muito mais sério e evolui muito mais rápido do que em um gato adulto. A única vantagem é que a recuperação é super rápida também.

# Hipotermia - Causada por falta de aquecimento nos primeiros dias de vida ( o bebê não mantém a temperatura sozinho, precisa ser aquecido o tempo todo ), ou pela desidratação. Se o bebê não for aquecido e estimulado imediatamente, pode morrer em pouco tempo.

Atenção especial ao intervalo entre as mamadas. É trabalhoso e cansativo, mas elas tem que ser dadas em intervalos regulares, mesmo durante a madrugada. Você perderá algumas horas de sono, mas vai valer a pena, quando seu bebê estiver forte e saudável.

Mitos e idéias errôneas sobre como criar bebês:

# O leite integral é o mais indicado. A afirmação, inclusive de alguns vets desatualizados, de que ele é muito "forte" e tem que ser diluído, é falsa. O leite da gata é muito mais "forte" e gorduroso que o da vaca.

# Jamais utilize papinha de bebê para criar gatinhos. As fórmulas industrializadas para bebês humanos, além de não conter nada que seja útil para o bom desenvolvimento do gatinho, ainda poderão intoxicá-lo, pois contém cebola, que é perigosa para gatos, causando anemia.

Claudia Porto
Gatos do Rio - http://gatosdorio.sites.uol.com.br